A parte técnica da interpretação no contrabaixo depende de algumas coisitas:
a) Dedilhados: um dedo pode ser mais expressivo que outro em determinada passagem, ou mais rápido, ou ter menos mudança de posição com determinado dedo, etc;
b) Timbre: tocar o trecho numa mesma corda para não haver mudança de timbre, ou conseguir um timbre mais agressivo tocando mais perto do estandarte, ou um som mais doce tocando mais perto do cavalete, etc;
c) Vibrato: mais amplo nos graves, pois vibrato rápido no grave pode não aparecer ou mais rápido nos agudos, com velocidades diferentes, mais regular, etc;
d) Articulação: notas que soam mais curtas, notas que soam mais longas, notas ligadas, notas separadas, etc;
e) Golpes de arco: movimentos do arco que serão feitos para executar determinada articulação. Por exemplo: duas notas ligadas seguidas de duas notas separadas podem ser executadas com o arco para baixo nas notas ligadas e com um arco para cima e outro para baixo nas notas articuladas, assim como também podem ser executadas de outras formas, como com o arco para baixo nas notas ligadas e com as duas notas separadas para cima, articuladas na mesma direção do arco, mas com uma separação (pausa) entre elas, etc.
Esses golpes de arco têm nome: legato, stacatto, détaché, etc, e a escolha deles também está vinculada ao estilo de época da música;
f) Mudanças de ponto de contato, velocidade e pressão do arco: experimente tocar uma música com o arco sempre no mesmo lugar da corda –pode ser no meio da corda- com a mesma velocidade – notas longas com o arco inteiro e notas curtas proporcionais- e com a mesma pressão nas cordas. Ficará tudo mecânico, com o mesmo volume e timbre de som.
Em um trecho da música isso até pode ser feito, mas numa música inteira você ganhará, graças à inexpressividade exemplar, o troféu “Bocejo de Ouro”, ainda mais tocando contrabaixo e, principalmente, se o repertório escolhido não sair da região grave.
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