Quando se fala em orquestra jovem, a denominação “jovem” pode levar a gente a pensar erroneamente que é uma orquestra de músicos fracos e inexperientes, mas a qualidade dessas orquestras é quase sempre surpreendente e interessante.
O trabalho feito em muitas dessas orquestras é de alto nível e o ingresso em muitas delas é através de concursos cada vez mais difíceis e concorridos.
As orquestras jovens são um ótimo “estágio” para as orquestra profissionais, porque nelas são trabalhadas importantes obras do repertório orquestral.
Além disso, nelas o jovem músico passa a se ambientar com a regência de um maestro, a ter as primeiras e essenciais noções de disciplina em ensaios e apresentações e a conviver com horários e disciplina rígidos.
Há grandes orquestras sinfônicas que mantêm uma orquestra jovem sob sua “custódia”.
Muitos músicos dessas orquestras jovens –geralmente os melhores- passam depois a ser requisitados para ensaios e concertos na orquestra sinfônica “matriz”.
Dentro dessas orquestras profissionais, os jovens músicos aprendem muitas coisas e se aperfeiçoam.
Muitos começam suas vidas profissionais nessas orquestras assim, recebendo a bolsa somente da orquestra jovem em que tocam e fazendo eventuais concertos na orquestra profissional vinculada à orquestra jovem, sem receber nenhum adicional financeiro por isso, até que um concurso os faça ingressar “oficialmente” na orquestra profissional.
Infelizmente, nesse caso, tocar sem cachê “faz parte” do processo…
Agora, existem orquestras amadoras ou semi-profissionais que chamam os jovens músicos para tocar sem cachê ou com cachês baixíssimos, com a promessa de que os chamarão quando houver como pagar um cachê ou um cachê melhor, mas minha experiência diz que, quando há dinheiro suficiente para um cachê razoável ou bom, as orquestras chamam mesmo os músicos profissionais.
Portanto, se o músico jovem achar que deve tocar num concerto desses, que pense na vantagem disso (estar no mercado de trabalho, ganhar mais experiência, etc.), já que muitas vezes não há programa, ou seja, não há nem como comprovar a presença na orquestra para efeito de currículo, assim como tocar em um ou mais concertos não é garantia de lugar fixo nessas orquestras, principalmente quando há dinheiro em jogo.
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