Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Postagens de maio, 2011
Uma das preocupações iniciais mais frequentes do contrabaixista diz respeito ao possível surgimento de bolhas nos dedos das mãos…
A bolha é a resposta imediata que o organismo dá a um atrito que o está agredindo.
Para isso, ele protege a região com mais água.
A bolha é como se fosse um susto do organismo.
Você apresenta a seus dedos um contrabaixo, armado com cordas de grosso calibre e ainda quer que seu organismo não leve um susto?!
Assim como o bronzeamento da pele deve ser progressivo, como o exercício físico deve ser progressivo, o estudo do contrabaixo também deve ser progressivo.
Talvez os homens das cavernas ou mesmo o Tarzan tivessem os dedos calejados pelos cipós.
Devido à vida selvagem, muito provavelmente eles devem ter tido bolhas sangrentas, purulentas e dolorosas nos dedos, antes de aparecerem os calos milagrosos.
Eles também não devem ter tido um condicionamento gradual, aulas de cipó, ou mesmo um professor de cipó que dissesse: “Ok, Tarzan, hoje você já se pendurou no cipó por uma hora. Amanhã, você pega mais!”.
Embora me pareça que a vida musical seja feita de transgressões e cópias, bem que poderíamos trazer os genes da repetição de bolhas com defeito…
Penso nas bolhas como uma falta de condicionamento físico ocasional.
– Mas coooomo falta de condicionamento, se eu estudo quatro horas por dia???
Gente, quatro horas por dia para quem estuda há menos de dois meses equivale a passar horas a fio sob o sol, sem protetor solar, nos seus primeiros dias de férias.
Pimentão não tem férias, assim como dedo grelhado não estuda, certo?
No calor das emoções praianas, é difícil apelar para o bom senso sem a ajuda de um relógio, mas no calor das emoções com o contrabaixo, o bom senso está mandando recado o tempo todo: sensação de queimação nos dedos, fisgadas, vermelhidão, cansaço na mão, etc.
Aí, no melhor estilo dos filmes de náufragos, o bom senso te envia uma bolha cheia d’água.
Se você procurar direitinho, ainda encontrará nela a garrafa com o bilhetinho escrito “Pare de tocar, seu burro!”.
Continue tocando, e o bilhetinho virá escrito em sangue – o seu!
Estudou heroicamente e ganhará com isso uma caixa de band-aid de condecoração!…
Isso, se você não pegar a menção horrorosa com o esparadrapo, um prêmio contagiante, que quase sempre se converte em cola grudenta e numa imensíssima eca pelo instrumento!…
E numa m… de bolha com cola!…
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Quando se estuda ou toca um instrumento não é normal sentir dor, principalmente após o período de “adaptação” a ele que, mesmo variando de pessoa para pessoa, não dura mais do que algumas semaninhas.
A dor é a forma que o corpo arranja para dizer que algo não vai bem, seja por excesso de estudo, seja por excesso de tensão, seja por falta de condições espaço-físicas apropriadas para o estudo, ou mesmo por negligência com a saúde, já que uma dor aguda ou constante começa com uma pequena dor, que quase sempre é ignorada.
Isso vale tanto para uma dor nos dedos quanto para uma gripe mal-curada por horas de estudo ou de trabalho irrecusáveis.
O que precisamos entender é que se pudermos cuidar melhor da nossa saúde, com uma alimentação balanceada, com a prática de exercícios físicos regulares, com um sono tranqüilo e, se possível, com uma vida sexual e social ativas, o número de doenças e de licenças médicas diminuirá consideravelmente.
Se a gripe é forte, mas a grana daquele trabalho é irrecusável ou a responsabilidade por ele é inadiável, cuidemo-nos fora dele com menos horas ou mesmo com nenhuma hora de estudo, muito repouso e/ou tratamento médico.
Se ficássemos atentos ao sinal que o nosso organismo dá a cada dor “contrabaixística”, nossa saúde ficaria bem menos exposta às conseqüências danosas da nossa negligência às dores que começam com pequenos problemas técnicos no instrumento e/ou com pequenos problemas ambientais.
Quantas pequenas dores contrabaixísticas já teriam sido sanadas com uma pequena mudança na técnica ou com uma pequena mudança de hábitos?
Quantas pequenas dores contrabaixísticas já teriam sido sanadas se dividíssemos o problema técnico com colegas e/ou professores contrabaixistas, e/ou se lêssemos mais sobre o assunto, e/ou se procurássemos orientação médica e/ou uma academia de ginástica?
Para complementar essas mudanças, um check-up anual ou bianual de rotina num clínico geral, passando por um oftalmologista, por um otorrinolaringologista, por um ortopedista e por um odontologista deveria ser uma regra para nós, músicos.
Parafraseando Antoine de Saint-Exupéry, em “O Pequeno Príncipe”:
“Tu és eternamente responsável por tudo que cultivas.”
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, sem dores, desde as três eu começarei a ser feliz.
Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade!”
Nada como um contrabaixo feliz com a nossa chegada!…
Orientacoes Contrabaixisticas by Voila Marques is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.