Postagens de maio, 2011


Contarei para vocês um causinho meu, bem particular e quase secreto, sobre bolhas.
Como vocês já devem estar carecas de saber e se não estão, ficarão agora (sai para lá!), sou uma contrabaixista de música erudita, de muito arco e de alguns pizzicatos raquíticos de orquestra.
Anos atrás, fui chamada para tocar uma peça longa e jazzística, que se traduzia em 48 minutos aproximados de pizzicato e dois minutos de arco, com umas duas semanas para “ambientar” os dedos da mão direita.
Driblei a primeira leva de bolhas, mas no ensaio geral eu já estava fazendo pizzicato até com o dedo mindinho, porque não tinha mais dedo que prestasse.
Ensaio geral assim é um mau presságio de bolhas indomadas na apresentação.
Dito e feito. No dia da apresentação eu estava um lixo de bolhas e, o que é pior, com um capacete de esparadrapo em cada dedo. Lindo, não é mesmo?
Durante a música, o tal capacete virou caramujo e começou a melar as cordas, e a gosma terminou por arrancar a camuflagem dos dedos uma a uma.
Terminei a apresentação com os dedos em carne viva, sangrando e cheios de gosma de esparadrapo, mas endorfinados e felizes com o resultado musical.
A euforia acabou quando cheguei em casa. Os dedos já estavam prontos para virar churrasco, ainda mais tendo que colocá-los cinco vezes ao dia na salmoura para curar as feridas.
Dez dias depois, aparece o calo retardado…
Meses depois disso, e nenhum calo mais de pizzicato à vista, me chamam para repetir a peça, só que com sete dias de antecedência…
Dois dias e muitas bolhas antes da apresentação, ligo para um colega contrabaixista pedindo um help urgente:
– Você conhece algum remédio para secar bolha?
– Passa o talco x.
– Talco? Isso seca rápido a bolha?
– Quando é a apresentação?
– Daqui a dois dias!
– Putz! Só super-bonder dá jeito nisso!…
O que a gente não faz por amor à arte e às apresentações sem cachê?
Aí, submeti meus dedos ao humilhante papel de pãozinho amanteigado com super-bonder, previamente colocada num pedaço de papel alumínio.
Resultado: meia hora de autonomia descascante gradativa dos dedos, 20 minutos de empolgação com pizzicato sem super-bonder, três dedos em carne viva no final e um esporro médico três dias depois.
Mas a música estava uma delíiicia, gente!…

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Uma das preocupações iniciais mais frequentes do contrabaixista diz respeito ao possível surgimento de bolhas nos dedos das mãos…
A bolha é a resposta imediata que o organismo dá a um atrito que o está agredindo.
Para isso, ele protege a região com mais água.

A bolha é como se fosse um susto do organismo.
Você apresenta a seus dedos um contrabaixo, armado com cordas de grosso calibre e ainda quer que seu organismo não leve um susto?!

Assim como o bronzeamento da pele deve ser progressivo, como o exercício físico deve ser progressivo, o estudo do contrabaixo também deve ser progressivo.

Talvez os homens das cavernas ou mesmo o Tarzan tivessem os dedos calejados pelos cipós.
Devido à vida selvagem, muito provavelmente eles devem ter tido bolhas sangrentas, purulentas e dolorosas nos dedos, antes de aparecerem os calos milagrosos.
Eles também não devem ter tido um condicionamento gradual, aulas de cipó, ou mesmo um professor de cipó que dissesse: “Ok, Tarzan, hoje você já se pendurou no cipó por uma hora. Amanhã, você pega mais!”.

Embora me pareça que a vida musical seja feita de transgressões e cópias, bem que poderíamos trazer os genes da repetição de bolhas com defeito…

Penso nas bolhas como uma falta de condicionamento físico ocasional.
– Mas coooomo falta de condicionamento, se eu estudo quatro horas por dia???
Gente, quatro horas por dia para quem estuda há menos de dois meses equivale a passar horas a fio sob o sol, sem protetor solar, nos seus primeiros dias de férias.
Pimentão não tem férias, assim como dedo grelhado não estuda, certo?

No calor das emoções praianas, é difícil apelar para o bom senso sem a ajuda de um relógio, mas no calor das emoções com o contrabaixo, o bom senso está mandando recado o tempo todo: sensação de queimação nos dedos, fisgadas, vermelhidão, cansaço na mão, etc.

Aí, no melhor estilo dos filmes de náufragos, o bom senso te envia uma bolha cheia d’água.
Se você procurar direitinho, ainda encontrará nela a garrafa com o bilhetinho escrito “Pare de tocar, seu burro!”.
Continue tocando, e o bilhetinho virá escrito em sangue – o seu!

Estudou heroicamente e ganhará com isso uma caixa de band-aid de condecoração!…
Isso, se você não pegar a menção horrorosa com o esparadrapo, um prêmio contagiante, que quase sempre se converte em cola grudenta e numa imensíssima eca pelo instrumento!…
E numa m… de bolha com cola!…

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Existem contrabaixistas que precisam de uma ou outra unha grande para tocar violão, por exemplo.
Nesse caso, o jeito é mais uma vez apelar para a maravilhosa capacidade de adaptação do ser humano.
De um modo geral, a unha grande mais comum é a do polegar, e ela não atrapalha tanto.
Se for possível, experimentar um tamanho alternativo entre a unha de gato e o sabuguinho costuma funcionar, desde que essa mudança seja feita bem aos poucos, para dar tempo ao contrabaixista e às unhas de se aturarem.
A unha grande do polegar esquerdo não costuma interferir na execução do contrabaixo.
Até 1ª metade do instrumento, o polegar só fica apoiado atrás do braço do instrumento, e isso pode ser feito com o dedo esticado sem problemas, embora o usual seja também com o dedo ligeiramente flexionado.
Na segunda metade do instrumento, o polegar passa a se chamar capotasto e a apertar as cordas com a lateral direita do dedo.
Não há necessidade de polpa de dedo para apertar as cordas, mas a unha grande pode esbarrar na corda do lado e atrapalhar bonito, mas como isso já abrange a região aguda do instrumento, muita gente nem se atreve a passar por lá, ainda mais de unha grande.
O polegar da mão direita serve para segurar o arco, equilibrando e apoiando a mão.
É possível segurar o arco (francês) e tocar normalmente sem um dos dedos de cima (mindinho, seu vizinho, pai de todos e fura-bolo), mas sem o polegar só dá para segurar e tocar com arco se agarrar os dedos restantes na vareta.
No arco francês, a unha do polegar direito se encaixa na curva do talão do arco ou no início do talão.
Em ambos os casos o local é uma quitinete e uma unha grande fica sempre achatada e torta, quase com falta de ar, mas é viável diminuí-la um pouco de tamanho e lixá-la mais nos cantos.
Como a empunhadura do arco francês é feita com a palma da mão voltada para o chão, o polegar fica no porão do prédio e tem sempre a sensação de que o edifício está caindo na cabeça dele.
A solução mais radical para quem usa o arco francês e não quer abrir mão do polegar de unhas pontudas é mudar para uma das escolas de arco alemão que possa deixar polegar mais livre, leve, solto e …de unha grande!
Como a empunhadura do arco alemão é feita com a palma da mão voltada para a lateral da perna do contrabaixista, o polegar fica na cobertura do prédio e tem uma visão mais panorâmica do sacolejar do arco.
Conheço um contrabaixista de acústico (arco francês) que toca profissionalmente erudito e rock nele, além de baixo elétrico e violão.
O problema é que, além de precisar da unha do polegar grande, ele a tem fraca e quebradiça. A solução encontrada por ele foi a unha de porcelana.
Esse tipo e a de silicone também funcionam como uma boa maquiagem de unhas para as moçoilas contrabaixistas em dias de festa, dando uma ótima turbinada no visual, desde que os olhos alheios se mantenham distantes dos dedos calejados…
Os pés do pavão e os pés das bailarinas também são feios, gente!…

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As unhas são um assunto subjetivo que, embora seja abordado sem reservas entre a classe violonística, é pouquíssimo tratado pelos contrabaixistas.
Antes de tudo, as unhas são como um cartão de visitas, e deveriam demonstrar o cuidado do contrabaixista com a sua higiene e a sua saúde, mas… Ai, como já vi unhas imundas e contrabaixos fedidos nessa minha vida contrabaixística!…
Dedos cheios de calos podem ser um modelito estético pouco convencional, mas demonstram empenho profissional.
Agora, unha suja…
O formato da unha é variável (redonda, ovalada ou quadrada) e ao gosto do freguês.
Penso que o formato utilizado não interfere na performance do contrabaixista, mas os cantinhos inflamados das unhas interferem de modo doloroso nela.
Os contrabaixistas que têm esse problema deveriam testar outros formatos e/com/ou outros profissionais e/ou parar de comer os cantinhos das lindas.
Eu mesma testei outros modelitos e outros profissionais além da amadora cortadora de unhas que aqui escreve, mas devido a umas pontas de pele nos cantinhos, conhecidas como “espigõezinhos”, quanto maior o meu contato com o contrabaixo, maior é o número de cantos de unhas inflamadas e doídas.
E olhem que não como cantinhos. O último que comi foi o calo do polegar da mão direita, que era tão grande que parecia um filé, mas o estrago do banquete me deixou vários dias com o dedo que mal podia encostar no arco.
O tamanho das unhas deveria estar mais relacionado à necessidade profissional do contrabaixista do que a fatores estéticos.
As unhas dos contrabaixistas de acústico são usualmente curtas, bem curtas.
Para mantê-las sempre curtas é necessário diminuí-las bem aos poucos, porque cortá-las radicalmente e de uma vez no sabugo é doloroso e contrabaixisticamente falando, ineficiente, já que tocar depois dessa barbeiragem será muito difícil.
A cada dois ou três dias, uma lixa pode ser usada para diminuir gradativamente o tamanho das unhas e, conforme os calos forem crescendo, a região ficará bem menos sensível, porque a pele engrossa.
Com calos contrabaixísticos é cômodo ter unhas cortadas rente ao sabugo; sem eles isso é impossível.
A técnica do instrumento exige unhas curtas porque faz uso da polpa dos dedos e os dedos ligeiramente flexionados para prender as cordas.
Isso evita os tais tec-tecs e facilita a articulação das notas, já que a polpa dos dedos pode prender as cordas com a pressão do braço sem empecilhos.
Não se toca com a ponta das unhas, mas devido aos dedos ligeiramente flexionados, fica impossível ter unhas médias inaudíveis.
Unhas longas ou médias costumam fazer sons percussivos no instrumento, como quando no meio dos ronc-roncs ou dos pum-pum-puns aparecem uns tec-tecs muito esquisitos.
Contrabaixistas usuários das unhas de gato costumam atenuar e/ou eliminar os tec-tecs apertando as cordas com os dedos da mão esquerda esticados e fazer o pizzicato somente com os dedos “de ladinho”.
Outros, vão levando a vida contrabaixística com os tec-tecs por opção profissional ou por opção amadora.
Como todo o vício que começa com uma minimização do problema e com a recusa de mudança, logo logo os tec-tecs anestesiam os ouvidos dos zés-do-caixão e/ou das marias-do-caixão contrabaixistas que deixaram o problema para lá enquanto ainda o percebiam.
Uma vantagem remota disso, e a longo prazo, é que se um dia eles ficarem famosos isso poderá passar a ser um estilo, sujeito a cópia e a ouvidos anestesiados pela mídia.
Se na história da Música há virtuoses que ficaram famosos tocando instrumentos até com os dentes e de costas, que mal há em tocar contrabaixo com as unhas grandes, não é mesmo?

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Pontas do metacarpo são aquelas “bolinhas” ósseas (articulação, junta de ossos) que ficam entre os dedos e o começo das mãos.
Imagine-se segurando um binóculo. Se você tiver um em casa, ótimo. Se não tiver, pode usar dois rolos de papel higiênico vazios ou pela metade.
Agora, mantenha as mãos descansadas e procure amoldar as suas mãos ao contorno curvilíneo do binóculo (ou dos rolos), “grudando” as palmas das mãos nele. Levante o binóculo em direção aos olhos.
Continue com as palmas das mãos grudadas nele e deixe cair os cotovelos para bem junto do seu corpo.
Quando você faz isso, suas mãos descansam sobre o binóculo e o peso dos seus braços “pesa” em direção aos cotovelos.
Essa é uma forma de segurar um objeto que é bem próxima à forma de se colocar a mão esquerda no contrabaixo.
Olhe para as suas pontas do metacarpo. Repare que elas estão suavemente posicionadas entre os seus dedos e os seus pulsos, sem elevações, tensões ou protuberâncias, exatamente como deve ser a mão de um contrabaixista.
A tensão de uma ponta de metacarpo saliente costuma vir acompanhada de um pulso “quebrado”.
Tanto um fator como ambos interrompem o fluxo do peso natural do braço, que vai das costas até a ponta dos dedos.
Esse fluxo de peso, ao ser interrompido, faz com que o peso do braço e do corpo não chegue aos dedos, que passam a usar a força para pressionar as cordas.
Contrabaixo não faz uso da força, lembrou?
Você já viu pianistas tocando com as pontas do metacarpo pontudas?
Por que contrabaixistas insistem em tocar com as pontas do metacarpo altas?

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Só para “ilustrar” o que escrevi, sou baixinha (1,58m), tenho a mão pequena e dedos longos, e toquei durante muitos anos num contrabaixo enooorme (111 cm que depois passou para 109 cm).
Um dos meus sonhos de contrabaixista seria ter nascido com mais um dedinho de comprimento de braço. Como não tive fada madrinha para isso, para alcançar com mais facilidade as notas muito agudas e também para conseguir deixar o arco entre o fim do espelho e o cavalete, uso o espigão alto.
Mais uma vez volto a escrever que os problemas contrabaixísticos e suas soluções variam de contrabaixista para contrabaixista, e que a orientação de um professor de contrabaixo é sempre bem-vinda.

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Acho que as alturas mudam e as referências também se você toca em pé ou sentado.
Fui experimentar isso agora para ter uma idéia do que escrever a respeito.
Parece que a altura do contrabaixo varia de escola para escola. Normalmente, pelo o que tenho visto, as escolas de arco alemão costumam usar o contrabaixo com o espigão baixo e as escolas de arco francês costumam usar o contrabaixo com o espigão um pouco mais alto, não sei por quê. Acho que isso é uma questão de tradição mesmo.
Sempre ouvi dizer que a referência de altura é dada pela orelha (minha escola é italiana).
Toco sentada, mas procuro manter o 1º dedo na 1ª posição (lá na 1ª corda) alinhado com a pontinha da orelha. Lógico, que com o tempo isso é feito automaticamente…
Com o contrabaixo em pé, essa “referência” muda, porque o instrumento fica mais alto. Aí, o importante é manter as cravelhas afastadas da cabeça, para você não levar uma trauletada quando estiver tocando cheio de inspiração!…
Com o contrabaixo em pé, costumo alinhar o 1º dedo na 2ª posição (si bemol na 1ª corda) com a pontinha da orelha.
Como sou baixinha, toco com o instrumento alto, para poder tocar com o arco entre o espelho e o cavalete e ter mais som. Se eu tocasse com o contrabaixo baixo, só conseguiria tocar em cima do espelho, o que chamamos de “sul tasto” (sobre o espelho), e o som é bem pequeno nessa região.
Mesmo com o contrabaixo alto, eu o inclino mais para poder ter a referência com a orelha, ok?

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Quanto ao comprimento do braço do contrabaixista, quando curto, é um problema para alcançar as notas muito agudas do instrumento (mais os harmônicos), porque para isso é necessário o contrabaixista “se debruçar” muito no contrabaixo para alcançá-las. Essas notas muito agudas são usadas no repertório solístico do contrabaixo.
Para contrabaixistas com braços curtos sugiro quatro soluções:
1) Tocar com um contrabaixo de posições pequenas;
2) Tocar os harmônicos na metade inferior do contrabaixo. Quando pensamos em harmônicos, podemos pensar em “dividir” o instrumento na metade da corda (oitava da corda solta). Teremos então duas metades: inferior (descendo para as notas graves) e superior (subindo para as notas agudas). Todas as notas da metade superior podem ser tocadas na metade inferior;
3) Aumentar o tamanho do espigão. Para quem tem braço curto e/ ou dedos curtos essa solução pode “aproximar” mais as notas agudas, porque o contrabaixo fica mais alto. Em compensação, as notas mais graves ficam mais “para trás” também. É difícil arranjar uma solução sem problemas. Nessas horas, o professor e/ ou o contrabaixista deverão pensar nas vantagens e desvantagens e na relação custo-benefício, e optar pela solução mais adequada ao caso;
4) A solução mais radical seria não chegar à região muito aguda do instrumento, tocando um repertório de acordo com isso.

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Por isso, acho que o comprimento dos dedos é importante: o contrabaixista não precisa ter dedos enormes, mas com “cotoquinhos” ficará bastante difícil tocar, já ele terá que manter constantemente uma abertura de dedos muito grande para fazer a forma das mãos nas posições do instrumento.
Para contrabaixistas com dedos pequenos sugiro duas soluções:
1) Usar um contrabaixo pequeno, até porque essa “dificuldade” com o tamanho das posições é mais presente nas posições mais graves. Como o instrumento não tem trastes, as posições diminuem conforme as posições vão ficando mais agudas;
2) Tocar o mais “relaxado” possível, porque uma mão relaxada fica mais flexível, e essa flexibilidade faz com que os dedos da mão esquerda fiquem menos “travados” e “abram” mais. Assim eles parecerão maiores e alcançarão melhor as notas. Quem disse que maquiagem contrabaixística não existe? Bem, tocar evitando tensionamentos deveria ser uma meta a ser seguida por todos os contrabaixistas, independente de altura, tamanho de dedos ou de braço…

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Quando se estuda ou toca um instrumento não é normal sentir dor, principalmente após o período de “adaptação” a ele que, mesmo variando de pessoa para pessoa, não dura mais do que algumas semaninhas.

A dor é a forma que o corpo arranja para dizer que algo não vai bem, seja por excesso de estudo, seja por excesso de tensão, seja por falta de condições espaço-físicas apropriadas para o estudo, ou mesmo por negligência com a saúde, já que uma dor aguda ou constante começa com uma pequena dor, que quase sempre é ignorada.
Isso vale tanto para uma dor nos dedos quanto para uma gripe mal-curada por horas de estudo ou de trabalho irrecusáveis.

O que precisamos entender é que se pudermos cuidar melhor da nossa saúde, com uma alimentação balanceada, com a prática de exercícios físicos regulares, com um sono tranqüilo e, se possível, com uma vida sexual e social ativas, o número de doenças e de licenças médicas diminuirá consideravelmente.

Se a gripe é forte, mas a grana daquele trabalho é irrecusável ou a responsabilidade por ele é inadiável, cuidemo-nos fora dele com menos horas ou mesmo com nenhuma hora de estudo, muito repouso e/ou tratamento médico.

Se ficássemos atentos ao sinal que o nosso organismo dá a cada dor “contrabaixística”, nossa saúde ficaria bem menos exposta às conseqüências danosas da nossa negligência às dores que começam com pequenos problemas técnicos no instrumento e/ou com pequenos problemas ambientais.

Quantas pequenas dores contrabaixísticas já teriam sido sanadas com uma pequena mudança na técnica ou com uma pequena mudança de hábitos?

Quantas pequenas dores contrabaixísticas já teriam sido sanadas se dividíssemos o problema técnico com colegas e/ou professores contrabaixistas, e/ou se lêssemos mais sobre o assunto, e/ou se procurássemos orientação médica e/ou uma academia de ginástica?

Para complementar essas mudanças, um check-up anual ou bianual de rotina num clínico geral, passando por um oftalmologista, por um otorrinolaringologista, por um ortopedista e por um odontologista deveria ser uma regra para nós, músicos.

Parafraseando Antoine de Saint-Exupéry, em “O Pequeno Príncipe”:

“Tu és eternamente responsável por tudo que cultivas.”
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, sem dores, desde as três eu começarei a ser feliz.
Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade!”
Nada como um contrabaixo feliz com a nossa chegada!…

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