Postagens de maio, 2011


1) A crina é nova e nunca usou resina?
Se for esse o seu caso, passe bastante resina antes de tocar, durante alguns dias (uns 3 dias, talvez).
Depois desses dias, volte a usar a quantidade de resina que você sempre usou, ou passe a usar bem menos resina.
Em arcos de crina nova, a resina leva alguns dias para “pegar” melhor;

2) A crina é velha ou muito usada?
Se for velha, talvez fosse bom trocar a crina.
Se não for, dê uma um banhinho nela com sabão de côco: desparafuse o arco, pegue o talão com a crina frouxa com cuidado, leve para um tanque ou uma pia, molhe-a com moderação, esfregue sabão de côco e vá penteando e fazendo “espuma” com um pentinho de cabelo. Enxágüe bem, tirando todo o resíduo de sabão. Cuidado para não
molhar a vareta. Depois deixe secar ao ar livre. Antes colocá-la no lugar, enrole a crina na vareta e desenrole (não sei para que serve isso). Aí coloque o talão no lugar e aperte o parafuso;

Em arcos muito sujos de resina, esse excesso de resina deixa o som áspero demais e, às vezes, também impede a resina de “aderir” bem ao arco, porque parece que cria uma “película” protetora.
Crinas muito velhas ou arcos muito “ensebados” pedem resina toda hora.
Deixando a crina limpa, talvez você consiga melhores resultados;
3) Como estava o clima quando você passou a resina?
Em locais muito frios ou muito secos, a resina custa a pegar. Ou você passa a resina mais vezes ou põe um pouquinho no sol antes de passá-la no arco, só para que ela fique um pouco mais mole e “grude” melhor no arco;
4) Como você passa a resina no arco?
Os contrabaixistas não usam a resina como os violinistas, que esfregam resina para lá e para cá a cada pedacinho do arco.
Os contrabaixistas colocam a resina na crina (no talão) e a passam de uma vez só até chegar na ponta do arco. Se precisar, eles repetem esse movimento quantas vezes houver necessidade, mas sempre sem voltar a resina da ponta para o talão;

Se o seu caso não for nenhum desses ou se, depois de tomar alguma ou algumas dessas providências, o problema persistir, sugiro duas coisitas:

1) Que você peça para um luthier averiguar se a crina do seu arco é realmente legítima e não-sintética;
2) Que você experimente uma outra resina de algum colega e, se ela funcionar, venda a sua para comprar uma igual a que funcionou. A Pop’s é uma boa resina. No mesmo nível, também temos a Nyman e a Carlsson.

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“Embora a corda possa parecer estar em boas condições, tocá-las por meses excedentes, faz com que percam gradualmente seu brilhantismo e desempenho. Investir em cordas novas significa que seu instrumento produzirá consistentemente seu melhor som.

Quando você necessitar mudar um jogo inteiro de cordas, não remova todas as velhas em uma vez. Você perderá a colocação apropriada do cavalete, e a falta da tensão pode fazer com que a alma caia. Remova somente uma corda de cada vez, mantendo todas as outras até o próximo passo. Aperte a corda o suficiente para não enfraquecê-la. Enfie a corda através do furo na cravelha, e enrole-a uniformemente do centro da cravelha até imediatamente antes da borda da caixa de cravelhas. Se uma corda nova quebrar após a instalação, examine onde a corda quebrou. Seu instrumento pode ter desenvolvido um ponto áspero na cravelha, na pestana, ou nos afinadores. Ou, se o enrolamento da corda for demasiado perto da parede da caixa da cravelha, pode ter sido sujeito a um atrito suficiente para rompê-la.

Lubrificar os sulcos da pestana e no cavalete com um lápis nº 2 reduzirá a possibilidade da ruptura da corda. Se uma cravelha se mantiver deslizando, fazendo com que a corda saia da afinação, remova a cravelha, e o tente pôr um pouquinho de giz velho de escola sobre as partes da cravelha que são brilhantes. Isto criará alguma tração. Se a cravelha mesmo assim ainda deslizar, pode não estar encaixada corretamente, e possivelmente necessitará ser substituída. Se uma cravelha estiver demasiadamente apertada, tente passar um pouco de sabão de barra seco ou um composto especial pra cravelhas, que está comercialmente disponível. Outra vez, se isto for ineficaz, leve o instrumento para ser examinado por um profissional. Tenha em consciência que a umidade tem um impacto significativo nas cravelhas. Ela pode apenas ser uma dor de cabeça sazonal que necessite ser tratada alternadamente dependendo da época do ano.”

https://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/13/64977/

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Texto retirado do site Cifraclub (postagem e tradução de Matheus Strad).
Esse texto não é específico para contrabaixo. É para cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo acústico) em geral, mas é muito útil para nós contrabaixistas.

“Freqüentemente instrumentistas se questionam sobre que tipo da corda devem usar em seu instrumento. A escolha da corda é ditada pelo estilo de tocar do instrumentista e pelas qualidades individuais do instrumento. A melhor maneira de escolher a combinação certa das cordas para um instrumento deve considerar que som que o instrumentista ouve no instrumento, o tipo de cordas atualmente no instrumento, e o som que o instrumentista quer. Por exemplo, mudando uma ou mais cordas pode melhorar ou mudar parte do equilíbrio do instrumento. Entretanto, uma corda que trabalhe bem em um instrumento pode não produzir o mesmo som em outro, porque suas qualidades requerem a interação entre as características individuais do instrumento e a maneira de tocar do instrumentista.

Há basicamente três tipos de cordas: cordas inteiramente metálicas, cordas de núcleo sintético e cordas de núcleo de tripa (cordas de tripa pura são usadas raramente em instrumentos modernos e não são recomendadas). Cordas de tripa pura são geralmente usadas em instrumentos barrocos, para execução de peças do período.”
https://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/13/64977/

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O contrabaixo é um instrumento da família dos violinos, mas que herdou alguns traços da família das violas da gamba (fundo chato, ombros caídos). Daí que ele é também o único instrumento de cordas, da família dos violinos, a usar dois modelos de arco: francês e alemão.

O arco francês, também conhecido como Bottesini, é o arco usado com a palma da mão direita voltada para baixo (voltada para os pés), como é feito nos outros instrumentos de cordas da família dos violinos (violino, viola e violoncelo), e passou a ser mais usado no contrabaixo a partir do século XIX, através do grande virtuose italiano do contrabaixo Giovanni Bottesini.

O arco francês tem o talão (extremidade de madeira onde fica apoiada a mão direita, normalmente feita de ébano) menor que o do arco alemão.

O desenho deste modelo de arco é mais “linear”.
Nele, a altura entre a vareta no talão e a crina é “igual” à altura entre a vareta na ponta e a crina, com uma curvatura acentuada no meio dessa vareta.

O parafuso que serve para graduar a tensão da crina, situado do lado do talão, na extremidade inferior, é feito de metal. Não tenho certeza sobre isso, mas acredito que isso sirva para equilibrar o peso do arco, já que o talão é pequeno.

O arco alemão, também conhecido como arco Dragonetti (ou “Butler”), é o mais antigo dos dois modelos.
Ele passou a ser chamado também por arco Dragonetti, por causa do grande virtuose italiano do contrabaixo Domenico Dragonetti, que tocava com o arco alemão.

Esse arco é usado com a palma da mão direita voltada para o “lado” (voltada para a lateral do corpo), como era feito com os instrumentos da família das violas da gamba (que eram tocadas “presas” à perna: gamba).

O arco alemão tem o talão (extremidade de madeira onde fica apoiada a mão direita, normalmente feita de ébano) maior que o do arco francês.

O desenho deste modelo de arco é feito como se de uma extremidade à outra (do talão à ponta) o arco “afinasse”, como se fizesse um bico.
Nele, a altura entre a vareta no talão e a crina é bem maior que a altura entre a vareta na ponta e a crina, com uma curvatura menos acentuada da vareta.

O parafuso que serve para graduar a tensão da crina, situado do lado do talão, na extremidade inferior, é feito de madeira. Não tenho certeza sobre isso, mas acredito que isso sirva para equilibrar o peso do arco, já que o talão é grande.

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o arco de modelo francês quanto o de modelo alemão são bons, senão um deles ou mesmo os dois já teriam sumido com as exigências orquestrais, que motivaram as grandes mudanças estruturais e sonoras no contrabaixo, (afinação, tessitura, cordas, etc.).

Já assisti ao vivo fantásticos e horríveis contrabaixistas nos dois modelos de arco.

No arco alemão a empunhadura é feita com a palma da mão voltada para a lateral do corpo, e aproveita melhor a posição natural do braço. É mais fácil tirar som quando a palma da mão está voltada para o lado, do que quando ela está virada para o chão, pois há uma maior concentração de peso ao movimento.
Essa maior “pressão” no movimento faz com que o som fique mais forte (isso não é regra).

De nada adianta um som forte, mas pouco maleável e bonito.
A pouca maleabilidade do som (que alguns atribuem ao arco alemão) pode ser decorrente de uma baixa conscientização corporal.
O contrabaixista pode não utilizar o peso do corpo de maneira mais adequada, e criar tensionamentos, como os que ocorrem com o ombro.
O braço “duro” demais também pode deixar o som duro.

No arco francês a empunhadura é feita com a palma da mão virada para trás, e aproveita melhor o movimento do braço. É mais fácil fazer movimentos de vai-e-vem com o braço quando a palma da mão está voltada para o chão, do que quando ela está virada de lado, pois há uma menor resistência ao movimento.
Essa maior “desenvoltura” no movimento faz com que o som fique mais maleável (isso não é regra).

De nada adianta um som maleável e bonito, mas com pouco volume.
O pouco volume de som (que alguns atribuem ao arco francês) pode ser decorrente de uma baixa conscientização corporal.
O contrabaixista pode não utilizar o peso do corpo de maneira mais adequada, e criar tensionamentos, como os que ocorrem com o polegar.
O braço “mole” demais também pode deixar o som fraco.

Bem, todos os problemas contrabaixísticos e as suas soluções técnicas, variam de contrabaixista para contrabaixista, certo?

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O arco de contrabaixo pesa aproximadamente 130 gramas, ou seja, ele é mais leve que um copo d’água.
(Existem exceções: o contrabaixista holandês Hans Roelofsen e seus alunos costumam utilizar um arco especial, de 240 gramas).

As variações de peso entre um arco e outro são mínimas (até 12 gramas), mas fazem muita diferença tanto para segurar, quanto para emitir o som.
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Embora para muitos os arcos pareçam ser todos iguais, isso é um grande engano. Cada arco é um arco.

Um bom arco costuma ter a vareta flexível, com uma boa curvatura, peso bem distribuído entre suas extremidades (talão e ponta), ponto de contato equilibrado, crina de boa qualidade, etc.

Isso faz com que ele tenha “ataque”, para que as notas não atrasem; que “quique” bem para a execução de golpes de arco específicos como spiccato & cia; que não faça as notas “apitarem”; que ajude o instrumentista a tirar o som que mais lhe agrada, pois tem arcos que “abrem” e arcos que “fecham” o som, arcos leves e arcos pesados, arcos bons para solo e arcos bons para orquestra, etc…

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Cópia da mensagem do luthier e contrabaixista Andrea Spada, postada na comunidade do Orkut ‘Mulheres no contrabaixo’, em 02/7/2008.

Som & Cia: aspectos importantes de serem vistos ao escolher um contrabaixo acústico para comprar:

“Muito difícil mesmo… são tantas as variáveis… mas vamos tentar. Primeira coisa; a menos que seja absolutamente impraticável, não comprar baixos chineses!

Vou tentar criar um elenco de fatores a ser considerados:

Timbre: se você quiser um timbre claro e penetrante, não compre um instrumento que tenha um som muito redondo. Se quiser um timbre profundo e aveludado, não compre um instrumento com som claro e magro. Vai gastar muito dinheiro logo depois procurando as cordas que possam resolver teu problema, sem grande sucesso, e alguns anos mais tarde vai acabar precisando trocar de instrumento!

Diapason: Não compre um instrumento grande demais, nem um pequeno demais. Considere o tamanho de suas mãos, sua altura. Também, à paridade de afinação, cordas longas são mais tensas que cordas curtas. Em alguns casos, é preferível ter uma ou outra.

Fundo: que música você toca? Para orquestra, um fundo esculpido tem a tendência a funcionar melhor, para jazz ou popular um fundo chato é preferível. Isso, é claro, em linha gerais. Sempre temos surpresas!

Procure por rachaduras no tampo e no fundo na posição da alma.

Veja a altura do cavalete. Para um baixo 3/4, 16 cm é suficiente. Se tiver um cavalete menor, o porque o ângulo do braço é pequeno, o que não ajuda na resposta das cordas e pode atrapalhar na hora de tocar com arco, pois pode não haver espaço suficiente nos Cs.

O espelho tem pelo menos 8 mm na borda? Se tiver, ótimo. Se não, vai poder precisar de uma troca de espelho em breve!

Vem com boas cordas, e razoavelmente em bom estado? Se não, considere que vai gastar pelo menos um 500 reais a mais para repô-las.”

Leia mais em:
Luteria contrabaixística c/ Andréa Spada (acústico)
https://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=2193445&tid=5209614297228613708

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) Troca de encordoamento.
As cordas são caras, mas duram de dois a seis anos, dependendo do uso;

b) Regulagem do cavalete.
Normalmente esse serviço (feito por um luthier), é providenciado quando se compra um contrabaixo novo, ou quando se procura algum resultado específico, e não é caro;

c) Troca da crina do arco.
A crina é feita do cabelo do rabo do cavalo, e dura entre 01 e 03 anos. A cor da crina (branca ou preta) fica a critério do contrabaixista. Dê preferência às naturais (não-sintéticas);
c) Troca de cavalete.
Serviço feito somente se ele empenar ou quebrar;

d) Passar uma lima no espigão do contrabaixo (“pé”), para que ele não deslize.
Esse serviço pode ser feito em casa ou em algum lugar que tenha um esmeril, e é barato. Se o contrabaixo usar borrachinha, ela precisará ser trocada quando estiver gasta.

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NECESSÁRIOS:

a) Uma boa capa de contrabaixo, se possível com alças e bolsos.
Para o dia-a-dia, não há necessidade de revestimento com espuma grossa;

b) Estante de música leve pois, eventualmente, você precisará levá-la dentro da capa. Não se esqueça de negociar a permanência dela em casa com quem contratar você para tocar;
c) Caixa de arco.
Se possível, de madeira ou um tubo de PVC revestido de espuma. Se couber a resina, melhor.
No início, dá para levar numa reles capinha feita pela vovó, mas mesmo assim tome cuidado para não quebrar a “preciosidade”.

ÚTEIS:

a) Rodinha para colocar no espigão.
Com ela, você consegue andar longas distâncias sem ter que carregar o contrabaixo, e até atropelar os pedestres mais incautos que não saiam a tempo da sua frente;

b) Alça para carregar o contrabaixo a tiracolo.
Ótima para transportar o contrabaixo e ficar com as mãos livres e maravilhosas para subir escadas sem precisar “amassar” as mãos. Fica parecendo que você está carregando uma bolsa de elefante;
c) Um tipo de “manivela” para trocar as cordas de contrabaixo.
Facilita e muito, o serviço, porque tirar no mãozão é uma canseira. Felizmente, isso é feito no máximo uma vez a cada dois anos. As tendinites ficam doidinhas nesse dia…

ÚTEIS E INCONVENIENTES:
a) Capa para viagem de ônibus (longas distâncias).
Forrada de espuma grossa, protege bem o instrumento;

b) Case para viagem de avião.
Muito cara e trambolhuda. As mais caras são feitas sob medida e têm até air-bag. O melhor é torcer para que seu contrabaixo tenha fobia de avião.

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a) Métodos e partituras originais para contrabaixo, mas o mais comum é fazer cópia desse material;
b) Passagens semanais (ônibus, metrô, etc.), se você não tiver gratuidade em sua cidade.

Normalmente, o aluno tem uma aula de contrabaixo por semana. Quando alcança um nível avançado, pode chegar a ter duas aulas por semana.

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