Notícia postada no site https://www.portugues.rfi.fr, por RFI, em 02/02/2012.

Há cinco séculos, o arco de um instrumento de cordas, como o violino, é feito de madeira, com uma mecha de crina de cavalo indo de uma ponta a outra. A Orquestra de Câmara de Toulose testou um novo material sintético, mais durável e com qualidades similares, que vai entrar no mercado no final do ano. A nova fibra, batizada comercialmente de ‘coruss’ acaba de receber um prêmio de inovação na região de Midi-Pyrénées.
O material, desenvolvido por um instituto têxtil em Mazamet, no sul da França, é “mais resistente, com qualidade mais constante, oferecendo bom nível de desempenho e pode se adaptar ao músico”, diz o contrabaixista Renaud Gruss, orquestra de Toulouse. Um músico profissional terá assim a possibilidade de escolher um diâmetro específico, em busca de determinada elasticidade e sonoridade.
Tradicionalmente, a mecha de um arco é composta por cerca de 200 fios de crina de cavalo. A tensão e o som são regulados por um parafuso em uma das pontas do arco. Para um músico profissional, uma mecha pode durar de três meses a um ano. Segundo Gruss, a qualidade das mechas naturais, derivadas de crinas de cavalos da Mongólia (90%) e Alasca, vem caindo por causa da má alimentação dos animais.
As novas fibras, testadas há vários meses por metade da orquestra de Toulose, apresentam um diâmetro homogêneo e durabilidade duas vezes maior. Além disso não são ‘hidrófobas’, ou seja, não esticam com a umidade, como o cabelo humano. Ao longo de séculos, luthiers (fabricante de instrumentos de corda) têm procurado uma alternativa à crina de cavalo, como fios de canhâmo ou linho, mas sem bons resultados.
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