Postagens de maio, 2013


COM ENTRADA FRANCA!

“Os arranjos de obras célebres de Nazareth, elaborados por Francisca Aquino, vêm suprir uma necessidade premente. A música de Ernesto Nazareth tem um apelo universal, com execuções e gravações em CD, vídeo e DVD em muitos centros culturais, sobretudo norte-americanos. A falta de disponibilidade de arranjos de qualidade leva a versões pouco compatíveis com a tradição brasileira.

Francisca Aquino é grande conhecedora do nosso repertório, do qual é notável executante. Possui muita experiência no mundo do arranjo, comprovada por uma numerosa produção. Já tive a oportunidade de examinar várias obras suas. Neste trabalho ela continua, com grande êxito, na linha da polifonia característica do contracanto brasileiro, extremamente desenvolvida, e “apimenta” a harmonia com fantasia e invenção. Esta versão brilhante, de excelente efeito para a execução pública, merece uma difusão internacional.”

Luiz de Moura Castro, pianista
Hartt School – Universidade de Hartford – CT – USA

Para saber sobre o contrabaixista Ricardo Vasconcellos, clique aqui

Fausto Borém (no alto, à esquerda) vai liderar grupo de pesquisa em convenção nos EUA

Texto retirado do site www.ufmg.br/boletim, escrito por Itamar Rigueira Jr, com foto de Isabella Lucas/UFMG

“Grupo de pesquisa da Escola de Música apresenta método brasileiro de ensino do instrumento elaborado na primeira metade do século 19

O segundo mais antigo método de ensino de contrabaixo no mundo, escrito em 1838 por um músico carioca de origem pobre e recém-descoberto no Rio de Janeiro, será o tema de mais uma participação do professor Fausto Borém, da Escola de Música da UFMG, na Convenção Mundial de Contrabaixistas, entre 3 e 8 de junho. O evento, bianual e considerado o maior do gênero do mundo, vai reunir mais de mil instrumentistas na Eastman School of Music da Universidade de Rochester, no estado de Nova York (EUA).

Borém e outros oito pesquisadores do Projeto “Pérolas” e “Pepinos” da Performance Musical farão recital-palestra sobre o Methodo de Lino José Nunes, garimpado entre preciosidades da Biblioteca Alberto Nepomuceno, vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Há cerca de dois anos, Fausto Borém e o professor André Cardoso (UFRJ) publicaram artigo sobre o achado nos anais do principal congresso de pós-graduação em música no Brasil, com abordagem histórica e musicológica. As partituras estão sendo restauradas e estarão disponíveis ao público em breve, possivelmente na revista Per Musi, que terá um número especial sobre música antiga. Editado por Borém, é o único periódico de música no Brasil com classificação Qualis A1 da Capes.

“Contrabaixista, cantor, professor e compositor, Lino usa em seu método harmonias sofisticadas para a época, passando por tons distantes, com paralelo em obras como O cravo bem temperado, de Bach, e o Réquiem, de Mozart”, destaca Fausto Borém, que é pós-doutor em contrabaixo pela UFMG e tem títulos de mestre e doutor pelas universidades de Iowa e Georgia, nos Estados Unidos.
Linguagem vocal no contrabaixo

Segundo o pesquisador, parte do método é composta por lições que são músicas próprias para recitais. “Lino traz o mundo da ópera italiana, das marchas militares (foi D. João VI quem trouxe as bandas de retreta para o Brasil), das modinhas, das síncopes, com criatividade incomum para compositores brasileiros da época. Há mesmo uma referência à sincopa brasileira do lundu afro-brasileiro”. Borém observa ainda que o autor, que era cantor, utiliza a linguagem vocal, inovando na tradição do contrabaixo, que era mais utilizado como instrumento de acompanhamento na música sinfônica feita na primeira fase do período imperial brasileiro.

Lino José Nunes foi um dos alunos que mais se destacaram na escola de música gratuita do padre José Maurício Nunes ­Garcia, um dos indícios de sua origem humilde. Em 1825, foi empregado pela Capela Real, um dos símbolos da atividade cultural da corte de D. João VI, onde trabalhou até sua morte, em 1847 – não se sabe a sua data de nascimento.

Lino não chegou a concluir o manuscrito, e uma das razões seria o fato de o dedicatário, que aprendia contrabaixo com Lino, ter interrompido seus estudos musicais para seguir carreira como médico. Além disso, com a volta de D. João VI a Portugal, houve desestímulo para os músicos profissionais no Rio de Janeiro.
Netuno 2013

O grupo “Pérolas” e “Pepinos” da Performance Musical não viaja apenas com a missão de apresentar pela primeira vez no exterior o manuscrito de 1838. O grupo leva na bagagem, para a Convenção Mundial de Contrabaixistas, um contrabaixo recém-construído que vai disputar o Concurso Internacional de Luteria.

Produto da arte do luthier Gianfranco Fiorini e de colaboração com o grupo da Escola de Música, o Contrabaixo Netuno, baseado em motivos marinhos, apresenta inovações como alterações estruturais que facilitam seu manuseio, mudanças na escala para incluir mais notas musicais na região aguda e mecanismos como a extensão mecânica da região grave e o braço desmontável para facilitar o transporte. Gianfranco Fiorini, que foi artista-visitante da UFMG – e premiado no mesmo concurso, em 2006 – faz as adaptações em seus projetos de contrabaixo com base na experimentação de músicos como Fausto Borém.

O professor da UFMG vai aos Estados Unidos acompanhado do aluno de mestrado Giordano Cícero, dos graduandos Alfredo Ribeiro, Evaristo Bergamini, João Paulo Campos, Gustavo Neves e Rodrigo Olivarez (este chileno, em mobilidade internacional), e do ex-aluno Leonardo Lopes.”

Texto e foto retirados do site www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

“A Orquestra À Base de Corda, do Conservatório de MPB de Curitiba, abre inscrições para seleção de músico bolsista para a vaga de contrabaixista. As inscrições podem ser feitas no período de 5 de maio a 21 de junho de 2013. Os candidatos devem possuir experiência comprovada na área de música popular e serão submetidos à avaliação de uma banca composta por profissionais de renome. Os testes acontecem no dia 25 de junho, entre 9h e 12h.

As inscrições para o teste seletivo deverão ser feitas diretamente no Conser¬vatório de MPB (Rua Mateus Leme, 66), no horário das 9h às 12h e das 14h às 18h. O candidato deve apresentar fotocópia legível (frente e verso) do documento de identidade, cópia de comprovante de conta bancária, requerimento de inscrição preenchido de forma completa, correta e sem rasuras, currículo e documentos comprobatórios acondicionados em envelope lacrado, com identificação do candidato na parte externa. O requerimento de inscrição e a declaração de ciência deverão ser retirados diretamente no Conservatório.

Os teste serão realizados em três etapas: análise de currículo, prova prática e prova de leitura. Os resultados serão divulgados no dia 1º de julho. Mais informações pelo telefone: (41) 3321-2855, com Elizabete Carlos (Produção).
Serviço:
Seleção de contrabaixista para a Orquestra À Base de Corda
Período de inscrições: 5 de maio a 21 de junho de 2013
Inscrições e informações: Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba (Rua. Mateus Leme, 66), das 9h às 12h e das 14h às 18h.
Telefone: (41) 3321-2855.

Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: Fundação Cultural de Curitiba”

“(…) Qual o tempo ideal para se treinar uma escala, por exemplo? (…) Como você faz para saber onde está cada nota, já que o contrabaixo é todo sem trastes? (…)” Pergunta feita por Ânderson Marcos, no meu canal do Youtube.

A escala é uma sequência de notas sucessivas, com distância pré-determinada entre cada nota – denominada intervalo e especificado em tom e semitom -, que definem uma tonalidade. Exemplo: escala de dó maior: dó- ré- mi- fá- sol- lá-si- dó.

Ela é estudada assim que o contrabaixista já tem noção de como colocar a mão esquerda e como sustentá-la nas quatro cordas, com o peso do corpo e sem o uso da força.

Para tocar uma escala em uma oitava (sequência de oito notas), sem mudar de posição, é necessário o uso de, no mínimo três cordas, com ou sem o uso de cordas soltas.

Todas as escalas “iniciais” requerem o uso da terceira corda ou da quarta corda, que são cordas mais grossas, que necessitam de mais peso do braço e da mão esquerda, ou seja, de mais tempo de contrabaixo.

Para se chegar a isso, é primordial que a notas sejam apresentadas ao pretendente a contrabaixista, que deverá passar pelos exercícios de uma a três notas, uma a uma, todas na mesma posição, lentamente e bem aos poucos, para ganhar resistência muscular e a confiança delas. Tem que chamar cada uma pelo nome e fazer cafunezinho com os dedos, senão…

Inicialmente, as notas são presas com a mão esquerda e tocadas em pizzicatto, ou seja, beliscadas com os dedos da mão direita (indicador e/ou médio).

Primeira semana: três sessões de cinco minutos – corda sol.
Segunda semana (3 x 7 minutos) – cordas sol e ré.
Terceira semana (3 x 9 minutos) – cordas sol e ré. A partir dessa semana, já é possível começar o estudo do arco, inicialmente em cordas soltas.

Quarta semana (3 x 11 minutos) – cordas sol, ré e lá. Na primeira posição, aqui já é possível fazer uma escala de dó maior até a nota si! Ufa! Se você começar a estudar pela meia posição, então já dá para fazer as escalas de lá menor harmônica e de si bemol maior completinhas!

Passe a quinta semana na companhia agradabilíssima das três cordas (3 x 13 minutos), mas nada de vuco-vuco com elas, para não se arrepender das bolhas nos dedos. Juízo.

O tempo de estudo aumenta gradativamente, assim como o tempo de cada sessão: se no início eram cinco minutos, vá aumentando dois minutinhos cada sessão, por semana. Intimidade é uma merda…

Quem já toca contrabaixo elétrico pode pular algumas etapas, fazendo uma ou duas cordas por semana. É possível iniciar o estudo do arco a partir da segunda semana, pois as posições da mão esquerda precisam ser adaptadas ao acústico antes de começar a mão direita, já que a postura é bem diferente do contrabaixo elétrico, que é um primo distante. Lembre-se que o seu compromisso é com as notas, e que parentes nessas horas só atrapalham…

O tempo “ideal” para treinar escalas depende do tipo de treinamento que você precisa fazer. Por exemplo: numa escala você pode estudar as notas, a afinação, a articulação da mão esquerda, a velocidade da mão esquerda, etc, como também pode estudar a articulação da mão direita (em pizzicato ou com o arco), a velocidade da mão direita (em pizzicato ou com o arco), os golpes de arco, etc.

Por isso, é muito difícil pré-determinar um tempo, já que o tempo está relacionado aos objetivos. Não importa se vai dar em namoro ou em casamento. O que não pode é trepar nas notas e cair fora, porque quem se estrepa é você.

Nos primórdios dos estudos contrabaixísticos, a escala servirá para conhecer as notas no braço do instrumento, para treinar a afinação das lindas e, principalmente, para aprimorar a “pontaria” para achá-las – mesmo que com a mão parada – porque, no início, as notas insistem em fugir da gente e se fazer de difíceis.

Mas o importante, quando já se tem condicionamento suficiente para tocar em três ou quatro cordas, é estudar ou tocar, no máximo, por 50 minutos seguidos e descansar, no mínimo, 10 minutos, para evitar lesões por esforço repetitivo.

Se tocar durante 50 minutos seguidos é muito, estude por 30 ou por 20 minutos e pare por 10 minutos, no mínimo. Se precisar, divida o estudo em mais de uma sessão. Nada de ficar de língua de fora na hora do bem bom com as notas, heim?

Com o tempo, aumente o número de sessões: uma, duas ou três sessões de 50 minutos (ou 30 ou 20) por dia. Aí, o intervalo de descanso pode ser maior, para que o desgaste físico seja menor.

Esse tempo também é gradativo, até que você possa chegar entre duas horas até seis ou oito horas de estudo, dependendo dos seus objetivos com o contrabaixo.

Nem todos os contrabaixistas estudarão seis ou oito horas na vida, assim como muitos não estudarão somente duas horas, mas todos deveriam nunca se esquecer de dividir o estudo em sessões intercaladas com pausas mínimas de 10 minutos.

Estudar posição por posição e escalas dentro de cada posição ou de duas posições (com ou sem corda solta) são exercícios importantíssimos para saber onde está cada nota.

Quando isso é feito de forma gradativa (1ª posição: sol maior, dó maior até a nota si; meia posição: si bemol maior, lá menor harmônica, fá maior; meia e 1ª posições: fá menor, sol bemol maior, sol menor, lá menor harmônica; 1ª e 2ª posições: dó maior, sol maior, etc.), a memorização das notas acontece naturalmente.

Com o desenvolvimento técnico do contrabaixista, as escalas também o acompanham, porém com muitos outros objetivos além de saber onde cada nota está.

Estudar dedilhados variados (por uma mesma corda, por duas cordas ou mais, etc.), em velocidades diferenciadas e/ou com articulações e/ou ritmos variados, contribui para a desenvoltura no instrumento. Os diamantes são para sempre e, provavelmente, para os outros. As escalas são para sempre, e para você!

Vale a pena perder um tempo para se adaptar às notas, à falta de trastes e às escalas, porque a vida contrabaixística não é um samba de uma nota só e, mesmo que fosse, uma mesma nota pode ser feita em alturas e/ou cordas variadas.

As notas são temperamentais e ciumentas: exigem que você tenha preparo físico, tempo disponível para elas e que pense nelas o tempo todo em que estiver tocando.

Ai de você se pensar em outra!…

E não se esqueça de mandar flores, heim?

Leia mais sobre o assunto: Como se livrar das posições contrabaixísticas comprometedoras…

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